Hoje faz quatro anos que tirei a carta e digo-vos: foi um dos dias mais difíceis da minha vida. Só de me lembrar até me arrepio. Acordei tão nervosa que mal conseguia engolir. O exame era da parte da tarde e de manhã tive aulas e como correu tudo bem acabei por ficar mais tranquila, mas mal vi quem era o examinador os nervos voltaram. E porquê? Porque eu já tinha chumbado uma vez, com um examinador arrogante e do mais antipático que há. E não é que me calhou outra vez o mesmo? Escusado será dizer que comecei logo a tremer (na verdade acho que até comecei foi a suar).
Só me lembro de ele me dizer para estacionar o carro de lado num sítio tão, mas tão apertado, que se fosse hoje acho que não o metia lá. A minha perna tremia tanto nessa manobra que ainda hoje me lembro. Foi mesmo horrível, mas consegui fazer tudo bem e passei.
Quatro anos depois posso dizer que esta coisa de conduzir já me proporcionou momentos bem engraçados e divertidos! Já não tenho medo e acho que até sou bem desenrascada, mas no inicio era o desastre total. O mais importante é ser confiante, o resto vem com o tempo!
Em quatro anos já tenho uma multa de estacionamento e também uma pancada das boas que me levou uns 200€ de arranjo. Foram duas coisas sem jeito nenhum para dizer a verdade, podiam muito bem ter sido evitadas, mas já está, já está. Não há registo de feridos e isso é que interessa. Também já parei uma vez na polícia e soprei ao balão. Eram três da tarde e desconfio que ia aos zig zags: é a única explicação que encontro para me terem pedido para soprar ao balão. De qualquer maneira, desde que ande dentro das linhas, é o que interessa (ahahaahah, brincadeiraaaa, estavam a mandar soprar toda a gente).
Resumindo, gosto de conduzir e gosto também de cantar ao volante, mas desligo o rádio sempre que tenho de fazer manobras mais complicadas (gosto de ouvir o trabalhar do carro, concentração a cima de tudo). Sim, é uma grande comédia andar de carro comigo. Ainda assim prefiro andar com o cú sentado no banco do lado a ver as paisagens ou a ler uma revista.
O meu carro de sonho é o Fiat 500 (sim, podia ser um Porsche ou algo do género, mas eu queria mesmo era um Fiat 500), mas tenho um Peugeot 206. Foram os meus pais que me ofereceram, pouco tempo depois de tirar a carta, e por isso dou-me por muito contente. E é isto. Sou a comédia em pessoa a conduzir, é verdade. Mas juro que não sou perigosa, sou só animada. Mas tenho muito cuidado, sim, porque quem fez esta Liliana já não faz mais nenhuma.
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O mocho do meu carro, da Accessorize. |